terça-feira, 9 de agosto de 2011

Até final do ano 33 mil profissionais podem ser vítimas de acidente

LúCIA MOREL 06/08/2011 17h55

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Foto: Gerson Oliveira
Com crescimento de obras na construção civil estimativa é de maior número de acidentes
A Superintendência Regional do Trabalho de Mato Grosso do Sul (SRTE-MS) estima que até dezembro deste ano, 33 mil profissionais sejam vítimas de acidentes de trabalho no Estado. A estimativa foi feita tendo como base os 8.272 casos registrados entre janeiro e março de 2011 - quantidade 19,24% superior às 6.937 ocorrências verificadas no mesmo período do ano passado. Na avaliação do superintendente Anizio Pereira Tiago, o total registrado no primeiro trimestre deste ano “já dá uma dimensão e, se esse ritmo continuar, terminaremos este ano com mais de 33 mil acidentes de trabalho em Mato Grosso do Sul”.
As informações foram dadas na manhã de ontem, durante reunião entre a SRTE/MS e órgãos ligados à saúde, trabalho, sindicatos e outras entidades. A morte de dois operários da construção civil, ocorridas no mês passado em Campo Grande, motivaram a reunião. A superintendência não informou, no entanto, o número de vítimas fatais de acidentes de trabalho neste ano no Estado.
Segundo Anizio Tiago os setores com maior número de ocorrências de acidentes são a agropoecuária, o sucroalcooleiro e a construção civil. Ele afirma que a maior parte dos casos acontece pelo não uso dos equipamentos de segurança ou por má utilização deles. No entanto, o superintendente acredita que a falta de preparo de alguns trabalhadores para atuar em determinadas áreas também influencia diretamente na ocorrência de acidentes. “Muitos profissionais iniciam uma atividade sem um prévio conhecimento dela e esses são mais suscetíveis aos acidentes”.
Agropecuária lidera
Apesar dos casos com maior repercussão envolverem acidentes de trabalho ocorridos na construção civil, Tiago afirma que o ranking das ocorrências é liderado pelo setor agropécuário. Dados do Anuário Estatístico 2009 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam que 2.992 pessoas que atuam no setor foram vítimas de acidentes de trabalho naquele ano em Mato Grosso do Sul. Destas, 1.809 atuavam em frigoríficos e outras 1.183 em outras áreas do mesmo setor, como criação de gado, por exemplo.
O setor de construção civil no Estado teve, em 2009, 820 registros de acidentes de trabalho. Nas usinas de açúcar e álcool foram 581 acidentes e entre os profissionais da saúde foram 538 ocorrências. O chefe da Sessão de Inspeção de Trabalho da superintendência, Wallace Faria Pacheco, que apresentou os números na reunião realizada ontem, afirma que a tendência, no momento, é de aumento no número de casos. “No setor de saúde, por exemplo, o crescimento foi de 23% em 2009 em relação a 2008, quando ocorreram 414 acidentes”, afirma.
Ainda segundo Pacheco, Campo Grande responde atualmente por 25% das ocorrências de acidente de trabalho no Estado. “A fiscalização é incapaz de atender essa demanda de acidentes sozinha. A equipe é reduzida e a quantidade de acidentes a serem investigados e analisados é muito maior que a nossa capacidade de atendimento”, afirmou.
Parcerias
A reunião na sede da superintendência reuniu diversas entidades ligadas aos trabalhadores, como a prefeitura, Caixa Econômica Federal (CEF), Federação das Indústrias de MS (Fiems), usinas, entre outros, totalizando 19 instituições. A intenção, segundo Anízio Pereira Tiago, é de “unir os vários segmentos profissionais” na tentativa de reduzir o número de acidentes nas diversas áreas. “Cada segmento deve ter em mente sua responsabilidade na cadeia, atuando para reduzir e evitar as ocorrências de acidentes de trabalho”, disse.
Tiago citou o exemplo das prefeituras, que concedem os alvarás para a o início de obras. “Nesse caso, a prefeitura pode exigir, por meio da licença ambiental e outros documentos, que as empresas investidoras adotem medidas de segurança para que as obras sejam liberadas”.
As entidades reunidas ouviram as intenções da SRTE/MS e apresentaram propostas. A ata da reunião servirá de base para o encaminhamento de ações conjuntas, conforme informou o superintendente

http://www.correiodoestado.com.br/noticias/ate-final-do-ano-33-mil-profissionais-podem-ser-vitimas-de-a_120330/

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