quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O Brasil que dá orgulho & O Brasil que envergonha


terça-feira, 30 de agosto de 2011

Toda glória é do Chefe



A chegada do homem a lua aconteceu exatamente as 23:56:31, horário de Brasília e o astronauta Neil Armstrong  terminou de descer os  9 degraus do Módulo Lunar Eagle deixando na superfície da lua a impressão da sola de sua bota de seu pé direito  tamanho 41.
Nem todo mundo lembra do feito de Neil Armstrong, mas dos três astronautas da missão Apolo 11, se alguém consegue ser lembrado, é ele.
Saber o nome dos outros dois já é coisa de fanático.
O que pouca gente sabe é  que Neil Armstrong piso na lua por dois motivos.
O primeiro e o mais conhecido. É que ele era o chefe daquela missão espacial.
O segundo motivo, dos três astronautas, tecnicamente falando, ele era o menos necessário.
O segundo homem a pisar na Lua, Buzz Aldrin, só desceu depois que Neil Armstrong  garantiu que tudo estava bem. Porque Buzz Aldrin era o piloto do Módulo Lunar.
Se ele descesse antes e acontecesse alguma coisa errada, Neil Armstrong não conseguiria levantar vôo.
 O terceiro astronauta que ficou orbitando era Michael Collins, era na verdade o mais importante dos três.
Pois era o único que conseguiria levar o módulo Lunar de volta a Terra.
Por isso mesmo permaneceu em orbita lá em cima esperando os outros dois.
Muitos anos depois a chegada do homem a lua continua a ser um belo exemplo do que é o mundo corporativo do mundo moderno.
Ou seja, não importa que os funcionários sejam extremamente muito bem colocados, nem que executem com perfeição suas tarefas.
Porque, no fim das contas, quem acaba ficando com toda a glória é o chefe.

Texto adaptado de Max Gehringer

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

As postagens mais visualizadas até o dia 29/08/11


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Gafisa prorroga inscrições para 30 vagas de trainees até 31/08


A Gafisa, empresa de incorporação e construção, prorrogou as inscrições do processo seletivo para 30 vagas no Programa Trainee Gafisa 2012. Os candidatos devem ter graduação concluída entre dezembro de 2009 e dezembro de 2011.
O salário inicial é de R$ 4.000,00. Os benefícios são assistência médica e odontologica; vale-refeição; seguro de vida; vale-transporte e auxílio moradia (apenas aos trainees que não residirem em São Paulo).
As vagas são distribuídas nas áreas de diretoria financeira, diretoria de negócios – incorporação imobiliária, diretoria de operações/obras e diretoria vendas e marketing.
Para a Diretoria Financeira são exigidos os cursos de administração de empresas, administração com ênfase (comércio exterior, logística, marketing, sistema da informação), administração de produção, arquitetura e urbanismo, ciências da computação, ciências econômicas, comércio exterior, comunicação social, engenharias (civil, computação, elétrica, eletrônica, industrial, materiais, mecânica, produção, química e telecomunicação), estatística, gestão da informação, informática, marketing, matemática, matemática aplicada e computacional, processamento de dados, propaganda e marketing, publicidade e propaganda, relações internacionais e sistema da informação.
Para a Diretoria de Negócios – Incorporação Imobiliária é exigido o curso de arquitetura e urbanismo e engenharia civil.
Para a Diretoria de Operações/Obras é exigido o curso de engenharia civil.
Para a Diretoria Vendas e Marketing são exigidos cursos de administração de empresas, administração com ênfase (comércio exterior, logística, marketing, sistema da informação), administração de produção, arquitetura e urbanismo, ciências da computação, ciências econômicas, comércio exterior, comunicação social, engenharias (civil, computação, elétrica, eletrônica, industrial, materiais, mecânica, produção, química e telecomunicação), estatística, gestão da informação, informática, marketing, matemática, matemática aplicada e computacional, processamento de dados, propaganda e marketing, publicidade e propaganda, relações internacionais e sistema da informação e direito.

É exigido ainda inglês a partir do nível avançado, disponibilidade para viagens e mudança de estado e bons conhecimentos no Pacote Office.
Os interessados podem se inscrever até dia 31 de agosto através do site www.ciadetalentos.com.br/gafisa.
O processo seletivo inclui aplicação de testes on-line de inglês e raciocínio lógico; laboratório de competências, com etapa presencial em forma de dinâmica com o objetivo de observar os conhecimentos e competências principais dos candidatos; entrevistas individuais com a área de gente e gestão da Gafisa; painel de negócios, com etapa presencial realizada com resolução de caso e sessão de perguntas e respostas com a diretoria da empresa e a área de gente e gestão; e entrevistas finais com gestores.
O programa terá duração de um ano. As vagas são para os estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goias, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. As informações são do G1.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

SE VOCE ESTÁ PENSANDO EM COMPRAR UMA CASA DE PRAIA... TIRE ISTO DA CABEÇA. ISTO É COISA DO PASSADO.


SE VOCE PUDER DISPOR DE UM POUQUINHO MAIS DE DÓLARES OU DE EUROS, COMPRE UMA CASA DE MAR. VOCÊ PODE IR PARA QUALQUER LUGAR COM ELA.
 



Uma empresa da França e outra de Mônaco juntaram as mãos para construir este iate com enormes dimensões:
58 metros de comprimento e 38 metros de largura.

O iate, uma área de 3.400 m2 com capacidade para 12 passageiros e 20 tripulantes.
Trata-se de um iate "verde"


O Wally et Hermès usa energia verde, 20 a 30% de economia de combustível

e consumo de eletricidade 40 a 50% a bordo.

Portanto, há 900 m2 equipados com painéis solares, produzindo diariamente 500 kW.


Três plataformas, uma piscina de 25 metros , um "spa", "helicopter-pad", sauna, ginásio e sala de massagem,

um passeio de 130 metros , uma sala de música, uma sala de jantar, um cinema, "decks sol", suítes, terraços, um "lounge".

O luxo está no "rendez-vous". Os pavimentos são ligados por escadas, mas há também um elevador.



Uma área de 200m² cobre completamente o terceiro pavimento (Este, é o quarto).

A vista para o mar é grande e há um terraço privado de 25 metros de comprimento.


UM MAR DE LUZ



O iate tem a forma de uma ferradura e tem um telhado que é banhado por um mar de luz.


SALÃO ESPAÇOSO


No andar inferior são as premissas comuns, como "lounge", piano bar e sala de jantar .....



SALA DE JANTAR

...COM TOTAL VISTA PARA O MAR...
Suítes para convidados...


Para os hóspedes, 5 suítes com vista para o mar (no "middle-deck").
Há também sala de leitura equipada.


Bem simples, não?

Cientistas ficam mais longe do Bóson de Higgs

De acordo com os pesquisadores do LHC, não há nada ainda apontando para a existência da chamada 'partícula de Deus'

LHC: definição sobre a 'partícula de Deus' poderá vir como presente de Natal LHC: definição sobre a 'partícula de Deus' poderá vir como presente de Natal (Getty Images)
Se o Bóson de Higgs existe, restam pouquíssimos lugares para ele se esconder. Conhecida como 'a partícula de Deus', ela só existe, até hoje, na teoria. A partícula, que em tese confere massa à matéria, ainda não foi encontrada e é o principal assunto na divulgação dos últimos resultados do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), apresentados nesta segunda-feira em Mumbai, na Índia. Descobrir se a partícula existe ou não é um dos principais objetivos do LHC, e os cientistas esperam alcançá-lo ainda em 2011.

Bóson de Higgs foi postulado na década de 1960 para explicar por que as partículas fundamentais do Modelo Padrão da Física têm massa. Teoricamente, é uma peça-chave para o funcionamento do modelo. Se ele não existir, os físicos terão que procurar uma explicação melhor para o funcionamento das engrenagens fundamentais da natureza.

De acordo com os pesquisadores do acelerador de partículas, que fica na fronteira entre a Suíça e a França, não há nada ainda apontando para a existência do 
Bóson de Higgs. Resultados recentes, que haviam sido tomados como pistas da partícula, acabaram creditados a flutuações estatísticas.
Contudo, é cedo para descartar a teoria. É possível que a partícula ou uma versão mais simples dela (algumas teorias descrevem várias partículas desse tipo) seja encontrada ainda dentro do alcance dos sensores do LHC, mas numa faixa mais estreita para as buscas. Os físicos esperam que o suspense da partícula de Deus seja superado até o fim do ano, antes do Natal.

fonte;
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/cientistas-ficam-mais-longe-do-boson-de-higgs

RFEM 4

RFEM 4

30 Junho, 2011 RFEM 4
Desenvolvido pela Dlubal Engineering Software e comercializado pela SolidCalc em Portugal, o RFEM 4 é um software para cálculo estrutural e dimensionamento, que se baseia no método dos elementos finitos e permite a introdução e visualização de elementos em três dimensões. De natureza modular, o RFEM 4 permite a adição à versão base, de acordo com as necessidades do utilizador, de funcionalidades específicas para análise e dimensionamento de estruturas metálicas, incluindo torres e ligações metálicas, estruturas de betão armado e estruturas de madeira, entre outras.
A modelação é feita com integração num ambiente de CAD 2D/3D intuitivo e de fácil utilização podendo os dados ser visualizados sob a forma de árvore de dados e tabelas. O RFEM 4 permite a definição de superfícies e barras paramétricas e a intersecção de superfícies e sólidos.
RFEM 4
As acções vento, neve e imperfeições geométricas podem ser geradas automaticamente de acordo com a regulamentação utilizada.
Permite a introdução de barras com propriedades não lineares e de secção variável, cascas e placas, apoios pontuais, lineares e de superfície, todos com possibilidade de definição de rigidez diferentes.
RFEM 4
Os resultados podem ser analisados em 3D e serem apresentados em simultâneo os resultados de diferentes tipos de elementos, por exemplo áreas, barras, e reacções de apoio.
O software permite também a visualização de resultados em isolinhas ou isosuperficies, geração de animações de deformações e modos de vibração e criação de tabelas resumo com cada análise, esforços, deformações, máximos e mínimos e elementos onde estes ocorrem.
RFEM 4
Os modelos, cálculos e elementos de análise podem ser exportados, entre outros formatos, para XLS, DWG e DXF.
Segundo a SolidCalc, os módulos do RFEM 4 permitem adicionar as seguintes funcionalidades à versão base:
  • Análise Modal (Métodos de Iteração ICG  e Subspace)
  • Análises Time History e Response Spectrum
  • Cargas Laterais Equivalentes para Acção Sísmica (EC 8, DIN 4149 and IBC 2000)
  • Análise dos Modos de Instabilidade e Cargas Crítica
  • Análise Não-Linear de Estruturas com Pré-deformação Inicial
  • Propriedades não-Lineares dos Materiais
  • Superfícies de Secção Laminada
  • Análise de Faseamento Construtivo
  • Cargas Móveis em Elementos de Barra
  • Interacção Solo-Estrutura (EC7, DIN e CSN 73 1001)
  • Análise de Deformação Relativa e Absoluta de Elementos de Barra
  • Geração de combinações de acções segundo EN 1990, EN 1995, ASCE 7, etc
  • Análise de Tensões em superfícies e barras metálicas
  • Dimensionamento de barras metálicas segundo EC3
  • Dimensionamento de barras metálicas segundo ANSI/AISC 360-05
  • Dimensionamento à encurvadura lateral torsional segundo o método equivalente
  • Dimensionamento à encurvadura lateral torsional segundo análise de segundo ordem dos elementos de barra.
  • Dimensionamento de barras e superfícies de betão armado segundo EC2
  • Consideração dos efeitos de segunda ordem no dimensionamento de barras de betão armado
  • Dimensionamento não-linear de superfícies de betão armado para estados limites de serviço
  • Dimensionamento ao punçoamento em lajes e fundações de betão armado
  • Dimensionamento de Estruturas de Madeira segundo EC5, DIN e SIA para estados limites de utilização e de serviço. A verificação a fenómenos de estabilidade poderá ser analisado através do método equivalente ou através do método de segunda ordem.
  • Cálculo de propriedades de secções genéricas criadas ou importadas pelo utilizador e as suas tenções.
  • Adicionalmente é possível realizar dimensionamento de betão armado segundo EC2, DIN e outros.
  • Cálculo das propriedades de secções genéricas de paredes finas criadas ou importadas pelo utilizador. Cálculo de tensões, Capacidade plástica e elásticas, classe de secção segundo EC2, área efectiva EC2, etc…
  • Dimensionamento de ligações metálicas segundo DIN e EC3-5.
  • Dimensionamento ao estado limite último de juntas soldadas de secções tubulares de acordo com o Eurocódigo 3, suportando diversas tipologias de barras concorrentes.
  • Dimensionamento de ligações de elementos de madeira
  • Gerador de modelos 3D complexos de torres de alta tensão e antenas de rádio
  • Livraria de equipamentos comuns em torres de alta tensão e antenas transmissoras.
  • Geração automática das cargas de vento, neve, gelo, temperatura, etc. Para torres metálicas de alta tensão e antenas de rádio.
  • Interface COM programável (por exemplo em VBA) permite automatizar os seus processos. Criação de modelo geométrico, atribuir carregamentos, combinações, etc…
  • Estender os formatos de importação disponíveis no RFEM a formatos Step, IGES, ACIS
FONTE:
http://www.engenhariacivil.com/rfem-4

LINK PARA DOWNLOAD DO SOFTWARE DEMO;
http://download.dlubal.com/?file=rfem_demo_en_4.07.0001.exe

Técnicas de Reforço de Estruturas de Concreto



Técnicas de Reforço de Estruturas de Betão


A decisão de reforçar uma estrutura de betão armado é, sobretudo uma decisão económica. Na generalidade, a decisão de reparar ou reforçar uma estrutura depende da inspecção à estrutura danificada e da análise da relação custo/benefício. Não há um critério consensual para o dimensionamento do reforço de estruturas de betão armado. A escolha da técnica de reforço a adoptar depende dos objectivos que se pretende atingir. As técnicas de reforço de estruturas de betão armado dividem-se basicamente na adição de novos elementos e no reforço de elementos existentes.
Os objectivos do reforço consistem em aumentar a resistência em relação a novas acções laterais ou verticais, em aumentar a ductilidade ou na combinação dos dois objectivos anteriores. São várias as técnicas de reforço de estruturas de betão armado.
Técnica de reforço por adição de paredes resistentes
Tem sido uma das técnicas mais usadas no caso de reforço sísmico. A principal vantagem deste método é o aumento significativo da resistência a cargas laterais e da rigidez. O principal inconveniente prende-se com o facto do aumento da rigidez introduzida ser localizada, pelo que pode ser necessário reforçar a ligação da parede ao pórtico no qual é inserido. Outro factor importante é o reforço da base dos pilares do pórtico no qual se pretende inserir a parede, por ser geralmente uma zona de emenda de varões e por ficar sujeita a cargas axiais elevadas devido à acção pórtico-parede.
Técnica de reforço por adição de contraventamento metálico
Técnicas de Reforço de Estruturas de Betão
É usada sobretudo como reforço sísmico. Apresenta como principais vantagens a rapidez de execução e a não perturbação do funcionamento habitual do edifício. Os inconvenientes normalmente apontados são a eventual necessidade de novas fundações ou de reforço das fundações dos pórticos aos quais é adicionado o contraventamento, a alteração da estética do edifício, do comportamento dinâmico fortemente influenciado pelos elementos de contraventamento e pelos pormenores de ligação e a ausência de prática de execução do método.
Devido à interacção entre o contraventamento metálico e o pórtico existente ao qual é ligado, surgem nos pilares de betão esforços axiais e momentos flectores consideráveis.
Técnica de reforço por aplicação de perfis metálicos
É usada principalmente em pilares de edifícios quando há necessidade de efectuar reforço sísmico ou por qualquer outra das razões anteriormente enumeradas. A vantagem desta técnica é o facto do aumento da rigidez ser uniformemente distribuída, não havendo necessidade por vezes de reforçar as fundações. Os inconvenientes apontados prendem-se com o facto do processo ser trabalhoso, exigir mão-de-obra especializada e necessitar de protecção contra incêndio sobretudo devido à perda de resistência das resinas epóxidas, geralmente usadas para realizar a ligação das cantoneiras ao pilar, para temperaturas elevadas.
Técnicas de reforço por encamisamento metálico
Técnicas de Reforço de Estruturas de Betão
É geralmente usada para reforçar pilares de pontes, devido ao agravamento de requisitos regulamentares. Também é usada em pilares de pórticos, para reforçar a região junto à base, por ser geralmente a zona de emenda dos varões da armadura longitudinal. A vantagem do método é a obtenção de um confinamento lateral eficaz e aumento de resistência ao corte com um insignificante aumento da secção transversal. Os inconvenientes prendem-se com o facto da operação exigir mão-de-obra especializada e, no caso de aplicação da técnica em edifícios, a necessidade de prever a protecção contra incêndios. Existem alguns trabalhos publicados que abordam diversos aspectos desta técnica de reforço, nomeadamente, confinamento e resistência ao corte, ductilidade e resistência e efeito da colagem.
Técnica de reforço por encamisamento de betão armado
É utilizada principalmente em pilares por qualquer uma das razões enumeradas nos pontos anteriores. Como vantagens desta técnica pode-se referir a simplicidade de execução, não necessitando de mão-de-obra especializada uma vez que apenas é necessário o conhecimento das técnicas de construção de estruturas novas, a distribuição uniforme do aumento da rigidez da estrutura não sendo em geral necessário o reforço das fundações e o aumento de durabilidade do pilar, em contraponto com a necessidade de protecção contra a corrosão ou incêndio das técnicas em que o aço fica exposto e em que são usadas resinas epóxidas. O principal inconveniente é o facto de, no caso de se pretender obter continuidade do reforço entre pisos, haver necessidade da armadura longitudinal de reforço atravessar a laje. Isso obriga a furar a laje e, no caso de esta ser vigada, a posição dos varões da armadura longitudinal de reforço fica condicionada.
Técnicas de Reforço de Estruturas de Betão
Técnica de reforço por colagem de chapas de aço
Tem sido usada sobretudo em vigas de pontes. Normalmente a necessidade de reforçar esses elementos não se deve aos sismos mas antes a situações de alteração das exigências de serviço das estruturas, como sejam os casos de alargamento da faixa de rodagem ou condições mais exigentes de tráfego à qual correspondem sobrecargas superiores às previstas no projecto. De entre as vantagens desta técnica destacam-se a possibilidade da operação de reforço ser realizada sem interrupção do trânsito e o facto de não alterar a geometria da estrutura. 0 principal problema desta técnica é a durabilidade das juntas coladas expostas às influências atmosféricas. A descolagem das chapas é muitas vezes provocada pela corrosão do aço e por variações locais de temperatura, representando como tal um ponto fraco. A utilização desta técnica em vigas de edifícios apresenta um inconveniente adicional que é a necessidade de protecção contra incêndio das chapas de aço e principalmente da resina epóxida, usada habitualmente como agente ligante, que perde características para temperaturas não muito elevadas.
Técnica de reforço por colagem de materiais compósitos de FRP
Técnicas de Reforço de Estruturas de Betão
Esta técnica surge como uma evolução da técnica de reforço por colagem de chapas de aço, sobretudo, no sentido de eliminar os problemas resultantes da corrosão do aço. A substituição do aço por um material resistente à corrosão é pois um progresso lógico. No entanto, os novos materiais de FRP apresentam grandes vantagens comparativamente ao aço por serem leves, duráveis, fáceis de transportar e de colocar em obra, podem ainda ser colocados sem a introdução de juntas. A transposição desta técnica para o reforço de edifícios implica, tal como no caso de chapas de aço, a sua protecção contra incêndios. Vários aspectos desta técnica inovadora são objecto de estudo por parte de alguns investigadores em Portugal, nomeadamente, a nível da resistência, da ductilidade e dos efeitos de extremidade.
Técnicas de Reforço de Estruturas de Betão
Autor: Américo Ocua Dimande
Excerto Adaptado
Imagens: FBAS Structural Repair, Montecino, Columbia University in the City of New York

FONTE:
http://www.engenhariacivil.com/tecnicas-reforco-estruturas-betao#more-9553

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Trinca ou fissura?


Como se originam, quais os tipos, as causas e as técnicas mais recomendadas de recuperação de fissuras


Por Rodnei Corsini




Fotos: Renato Sahade
Fissuração por corrosão das armaduras provocando a queda do revestimento
As fissuras são um tipo comum de patologia nas edificações e podem interferir na estética, na durabilidade e nas características estruturais da obra. Tanto em alvenarias quanto nas estruturas de concreto, a fissura é originada por conta da atuação de tensões nos materiais. Quando a solicitação é maior do que a capacidade de resistência do material, a fissura tem a tendência de aliviar suas tensões. Quanto maior for a restrição imposta ao movimento dos materiais, e quanto mais frágil ele for, maiores serão a magnitude e a intensidade da fissuração. A formação das fissuras, como explica o engenheiro Renato Sahade, diretor técnico da ATS Engenharia e Consultoria, está ligada a situações externas ou internas. Entre as ações externas aos componentes, estão as fissuras causadas por movimentações térmicas, higroscópicas, sobrecargas, deformações de elementos de concreto armado e recalques diferenciais. Entre as ações internas, as causas das fissuras estão ligadas à retração dos produtos à base de cimento e às alterações químicas dos materiais de construção.

A fissura pode ter origem em fases diferentes da edificação, como enumera o engenheiro Paulo Grandiski, do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo): "Em uma visão geral, simplificada, as origens das fissuras de uma edificação podem surgir na fase de projetos - arquitetônico, estrutural, de fundação, de instalações -, de execução da alvenaria, dos vários sistemas de acabamento e, inclusive, na fase de utilização, por mau uso da unidade".



Tecnicamente, e de forma geral, o termo fissura é preferível ao termo trinca. Algumas normas e alguns peritos podem classificar as fissuras com diferentes nomes, conforme a sua espessura. Segundo a norma de impermeabilização (NBR 9575:2003), as microfissuras têm abertura inferior a 0,05 mm. As aberturas com até 0,5 mm são chamadas de fissuras e, por fim, as maiores de 0,5 mm e menores de 1,0 mm são chamadas de trincas. "Essa nomenclatura pode ser aplicada às trincas passivas, que não variam ao longo do tempo, em função da variação da temperatura tópica. Já para as trincas ativas, que variam conforme a respectiva variação higrotérmica, essa nomenclatura é inaplicável, pois a classificação mudaria conforme o instante da medição", argumenta Grandiski. A variação higrotérmica é a ação simultânea de dilatação e retração provocada pela absorção de água e pela variação de temperatura na edificação.

O engenheiro do Ibape lembra, ainda, que existem as fissuras com origem exógenas às obras. "Não bastassem as fissuras e trincas endógenas à obra, nela podem surgir fissuras com origem na natureza - como sismos, ventos, enchentes etc. - e com origem em obras vizinhas - como rebaixamento do lençol freático, trepidações causadas pelo cravamento de estacas, escavações lindeiras etc."

Tipos
As fissuras nas alvenarias são divididas de acordo com sua forma de manifestação, seu desenho, que pode ser geo­métrico ou mapeado. Essas duas classes são subdivididas, cada uma, entre fissuras ativas e passivas. As ativas ainda admitem uma nova subdivisão, em que podem ser sazonais ou progressivas. As geométricas (ou isoladas) podem ocorrer tanto nos elementos da alvenaria - blocos e tijolos - quanto em suas juntas de assentamento. As mapeadas (também chamadas de disseminadas) podem ser formadas por retração das argamassas, por excesso de finos no traço ou por excesso de desempenamento. No geral, elas têm forma de "mapa" e, com frequência, são aberturas superficiais.


Fotos: Renato Sahade
Fissuração mapeada causada por retração de secagem da argamassa
As fissuras ativas (ou vivas) são aquelas que têm variações sensíveis de abertura e fechamento. "Se essas variações oscilam em torno de um valor médio - oscilantes - e podem ser correlacionadas com a variação de temperatura e umidade - sazonais -, então as fissuras, embora ativas, não indicam ocorrência de problemas estruturais", afirma Renato Sahade. Mas se elas apresentarem abertura sempre crescente, podem representar problemas estruturais, que devem ser corrigidos antes do tratamento das fissuras - que neste caso são chamadas de progressivas. As causas desses problemas devem ser determinadas por meio de observações e análise da estrutura. Por fim, as passivas (também chamadas de mortas) são causadas por solicitações que não apresentam variações sensíveis ao longo do tempo. E, por isso, podem ser consideradas estabilizadas.
Causas e riscos
Apesar de muitas vezes a configuração de uma fissura parecer semelhante à outra, suas causas podem ser bastante diferentes. "Uma fissura de deformação de estrutura, por exemplo, pode ser parecida com uma de recalque de fundação. Uma de dilatação térmica pode ser igual a uma de retração de secagem. Por isso, é preciso ter um treinamento e certa experiência para, com uma inspeção visual, chegar à causa", afirma Ercio Thomaz, pesquisador do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). Segundo ele, na maior parte das vezes a fissura é inspecionada visualmente e, assim, o diagnóstico é muito dependente da experiência do profissional. Mas é possível, também, fazer análises com auxílio de instrumentação.

Os danos que uma fissura pode representar à edificação são bastante variáveis. "Depende muito do elemento. Por exemplo: uma microfissura em concreto protendido pode ser sintoma de uma sobrecarga considerável. Uma fissura capilar, de 0,1 mm, no meio de uma viga, de concreto armado, não quer dizer nada. Mas se for próximo de um apoio, pode indicar efeito de uma força cortante e já pode ser um sintoma de sobrecarga considerável", compara Thomaz. Geralmente, fissuras na alvenaria representam menos riscos do que em vigas e pilares. Mas é preciso ter cuidado, pois uma patologia na alvenaria pode ser consequência de um problema estrutural mais sério.


Fotos: Renato Sahade
Destacamento da argamassa de revestimento por movimentação térmica
Em uma edificação existem as fissuras admissíveis, que são aceitas ou previstas no projeto. O projeto estrutural precisa ser elaborado conforme a respectiva classe de agressividade ambiental - segundo a norma de Projetos de Estruturas de Concreto (NBR 6118:2003), pois o mesmo projeto não pode ser executado na zona urbana da cidade de São Paulo e na orla marítima de Santos, por exemplo. A desobediência a essas disposições estruturais pode implicar o surgimento de fissuras.
"Além dos 'wk', que constituem 'fissuras planejadas nos projetos das estruturas', o projeto deve prever juntas de dilatação estruturais para evitar o surgimento de fissuras de origem térmica em extensões superiores a 20 m, por exemplo", afirma Paulo Grandiski. As juntas de dilatação, observa Grandiski, não devem ser vedadas pelo acabamento. Se isso não for obedecido, surgirão fissuras nesse acabamento devido à dilatação térmica da estrutura.




Na execução de uma obra, algumas imprudências comuns podem gerar fissuras. A NBR 7200:1998 é a norma geral de execução de revestimentos de paredes e tetos de argamassas inorgânicas, e indica os intervalos mínimos de execução entre cada etapa do trabalho. A norma diz que, entre a execução da estrutura de concreto e a alvenaria, é preciso esperar pelo menos 28 dias. "Atualmente esses prazos costumam ser desobedecidos, daí resultando em trincas e fissuras. Por exemplo: se o reboco for aplicado antes do prazo mínimo, enquanto o emboço ainda está retraindo, podem surgir no reboco fissuras mapeadas", alerta Grandiski.

Outro problema recorrente citado pelo engenheiro do Ibape é a sobrecarga na edificação. Durante a execução da obra são colocadas pilhas de sacos de cimento, tijolos ou acúmulo de areia ou entulho sobre as lajes, atingindo cargas superiores a 900 kg/m3. "Isso é muito superior às cargas teóricas estabelecidas na NBR 6120:1980. Por exemplo, para prédios de escritórios, as lajes devem ser projetadas para suportar cerca de 270 kg/m2, com piso e forro."



Bastante comum, também, é a fissura de origem higrotérmica. Elas são resultantes dos pontos de contato de materiais que apresentam simultanea­mente coeficientes de dilatação térmica diferentes, e diferentes dilatações provocadas pela maior ou menor absorção de água. É o caso das áreas de contato entre as estruturas de concreto armado e as alvenarias, quando passam por ciclos de recebimento de sol e chuva. Nos últimos andares dos edifícios esse fenômeno costuma ficar bastante visível quando a pintura do revestimento externo perde sua capacidade hidrofugante.
Técnicas de recuperação
O engenheiro Renato Sahade avaliou, em dissertação de mestrado apresentada ao IPT, os principais sistemas de recuperação de fissuras em alvenarias. Todos estão indicados de acordo com as características típicas das fissuras. Portanto, o primeiro passo para recuperar uma fissura é chegar à definição precisa da sua causa.

"Quando a fissura é de origem estrutural, sua recuperação é mais complicada. Uma fissura mais superficial, mapeada, tem recuperação mais simples. Independentemente disso, é preciso ter um treinamento da mão de obra", alerta Sahade. As fissuras, no geral, são recuperadas com a aplicação de produtos flexíveis, como selantes elásticos. "Alguns procedimentos demoram a ser feitos, porque é preciso abrir a fissura, fazer a limpeza, aplicar os produtos e esperar secar. Mas há outros mais simples, que em dois dias o trabalho já está concluído", afirma. Entre os produtos, há, inclusive, tintas especiais para fachadas, com maior capacidade de tolerar deformações sem fissurar.

Independente do sistema utilizado, a solução deve ser compatível com a construção, para alterar o mínimo possível as suas características. Também deve ter durabilidade e, ainda, ser passível de remoção sem que danifique os materiais originais da edificação. Confira a descrição do sistema que se baseia em membranas acrílicas e selagem. "Na prática, é um dos mais conhecidos e utilizados no mercado nacional. Mas é o menos aplicado de forma correta, em função da quantidade de atividades nem sempre respeitadas", afirma Sahade. Para a recuperação propriamente dita, foram empregados quatro materiais: o fundo preparador de paredes, o selante acrílico, o impermeabilizante de lajes e paredes e a tela de poliéster.
Recuperação passo a passo


Fotos: Renato Sahade/ATS
Abertura de sulco sobre a fissura


Fotos: Renato Sahade/ATS
Remoção do acabamento da parede


Fotos: Renato Sahade/ATS
Aplicação de selante acrílico


Fotos: Renato Sahade/ATS
Secagem da fissura selada


Fotos: Renato Sahade/ATS
Aplicação de impermeabilizante acrílico

Fotos: Renato Sahade/ATS
Segunda demão de impermeabilizante estruturado em tela de poliéster
Preparação da superfície
n A fissura foi aberta em um perfil em forma de "V", por meio de disco de corte, para apresentar aproximadamente 1,0 cm de profundidade e 1,0 cm de largura (foto 1)
n O acabamento da parede foi removido em uma faixa de cerca de 20 cm em torno da fissura, contados 10 cm para cada lado, até atingir o reboco, para remover todo o sistema de pintura existente (massa acrílica e tinta) (foto 2)
n Com um pincel 2", eliminou-se todo o pó da fissura aberta, bem como das faixas laterais
Fundo
n Se necessário (caso o substrato não estiver coeso), é aplicado um fundo preparador de paredes. O produto é aplicado com trincha na fissura e nas faixas laterais
Tratamento da fissura
n Preenche-se a fissura com duas demãos de selante acrílico por meio de aplicador. Utilizou-se uma espátula nessa aplicação, para que o material fosse bem compactado no interior da fissura (foto 3)
n Em seguida, foi necessário aguardar  48 horas, no mínimo, para secagem  entre demãos
n Aguardou-se intervalo de 24 horas para secagem da última demão do selante acrílico (foto 4)
n Uma farta demão de impermeabilizante acrílico foi aplicada, diluído com 10% de água, sobre a fissura e as faixas laterais (foto 5)
n Foi preciso aguardar seis horas para  a secagem
n Uma segunda demão de impermeabilizante acrílico foi aplicada, da mesma forma que no item anterior, fixando-se, nessa etapa, uma tela de poliéster, de 20 cm de largura, sobre toda a faixa da fissura, tendo como orientação o eixo da trinca (foto 6)
n Para a secagem completa, foi necessário aguardar seis horas
Acabamento finaln Um novo nivelamento foi executado, sobre as partes anteriormente rebaixadas, com massa acrílica, aplicada em camadas finas e sucessivas, não ultrapassando espessura final superior  de 3 mm
n Foram aplicadas duas demãos de  tinta látex acrílica, com diluição de 30%  a 40% de água na primeira demão, e de 10% a 20% na segunda, usando-se um rolo de lã para aplicação. Foi necessário observar um intervalo de quatro horas entre as demãos









fonte : téchne edição 160

Detecção preventiva de patologias em edificações




Foto 1 - Fissuras no concreto paralelas à armadura
A manutenção predial compreende importantes processos que contribuem para a conservação e melhora de performance das construções. Além disso, empreendimentos de recuperação e reabilitação são custosos, o que aumenta a relevância da manutenção predial e da prevenção de patologias em edificações. Neste contexto, o estudo e a sistematização do conhecimento nessa área são necessários para que se desenvolvam novas tecnologias para a gestão da manutenção predial.
A aplicação de sistemas periódicos de inspeção das edificações é uma das soluções viáveis para que a detecção de patologias possa ocorrer antes mesmo que seus efeitos danosos possam ser sentidos. No entanto, o que se verifica é uma intensa despreocupação dos gestores de edificações com esse aspecto, quadro que apenas é invertido quando problemas patológicos começam a alterar a funcionalidade da construção.
Em geral, estruturas que parecem estar bem conservadas e funcionais podem apresentar sintomas sutis de defeitos que, caso não recebam tratamento adequado, podem gerar consequências graves. A observação desses sintomas, associada à coleta de dados sobre alterações na rotina da construção, deve constituir a primeira etapa de uma inspeção periódica.
Alguns defeitos da construção não estão diretamente relacionados com patologias que podem gerar inutilização da estrutura a curto prazo. Entretanto, a funcionalidade e a durabilidade não são os únicos parâmetros a serem considerados para a manutenção predial, sendo a habitabilidade e a conservação arquitetônica outros fatores relevantes.
Foto 2 - Exposição de armaduras corroídas
Após a avaliação global da construção, ponderados os fatores anteriormente citados, a obtenção de um resultado que diagnostique um desempenho pouco satisfatório não deve ser decisiva para a inutilização da estrutura. Ao contrário, deve servir como estímulo para o início de um estudo das patologias encontradas, como subsídio para intervenções visando a recuperação da edificação (Souza e Ripper, 1998).
Etapas da construção
Desde o início das civilizações, o planejamento e a construção de estruturas têm se baseado nas necessidades do ser humano, sejam elas de qualquer natureza. Essas necessidades humanas possibilitaram o acúmulo de uma grande quantidade de conhecimento técnico-científico a respeito da construção civil, associada às inovações e ao desenvolvimento de novas tecnologias.
No entanto, todo esse acervo científico não é suficiente para impedir que as estruturas apresentem problemas e danos causados por vários fatores, desde falha na elaboração do projeto até a falta de manutenção. Essas situações caracterizam a deterioração estrutural que, se não tratada corretamente, compromete a estrutura, levando-a à inutilização e até mesmo ao desabamento.
A área de pesquisa da patologia estrutural compreende a sistematização dos conhecimentos em problemas e defeitos estruturais, no sentido de prevenir e recuperar estruturas atingidas por deterioração. Essa nova área da engenharia se propõe a analisar não somente a caracterização dos defeitos, mas também suas causas e consequências, além dos processos mecânicos que os envolvem.
Um processo de construção abrange atividades que, embora apresentem diferentes níveis de dificuldade e ocorram em etapas distintas da construção, contribuem com igual fração para o bom desenvolvimento da obra e para a obtenção da construção desejada.
A tentativa de caracterizar e separar em estágios essas inúmeras atividades constitui uma tarefa bastante difícil. No entanto, em termos práticos, pode-se incluí-las em três grandes etapas que devem ser comuns a todos os processos construtivos. São elas: planejamento, execução e manutenção.
O planejamento compreende a elaboração do projeto arquitetônico, a formulação e análise do estudo de viabilidade e também a criação de um cronograma de obra e de um orçamento. É nesta fase que devem ocorrer as discussões entre o cliente, o projetista e o construtor no sentido de promover uma construção adequada às necessidades do cliente, porém, dentro das possibilidades técnicas de execução e manutenção.
A execução consiste da aplicação prática dos serviços propostos pela etapa de planejamento. Essa etapa constitui um momento em que vários fatores apresentam interferência direta na qualidade da construção, dentre eles, destacam-se o correto uso do material e a correta aplicação do projeto. A gestão de qualidade do serviço, embora deva estar presente ininterruptamente durante todas as fases da construção, torna-se uma importante aliada ao bom desempenho do serviço durante a execução.
A manutenção se segue como etapa a ser realizada após a inauguração e durante a efetiva utilização da estrutura. Pode-se definir a manutenção como um conjunto de técnicas, práticas e rotinas necessárias ao bom desempenho da estrutura (Souza e Ripper, 1998). De acordo com esse conceito, cabe destacar as duas formas em que esta etapa pode ser realizada: a manutenção preventiva e a manutenção corretiva.
Basicamente, a manutenção preventiva consiste na inspeção e revisão de itens previamente listados e na recuperação ou troca de partes defeituosas, além da aplicação de processos que permitam a conservação da estrutura em bom estado. A manutenção preventiva deve ser periódica e não deve deixar de ser realizada sob qualquer circunstância, pois garante a durabilidade e a possibilidade de uso da estrutura. A periodização da manutenção deverá ser calculada pelo construtor.
A manutenção corretiva geralmente tem caráter emergencial e é empregada para permitir a recuperação da estrutura gravemente avariada, quando normalmente já existe impossibilidade de uso. Quando há prevenção, essa forma de manutenção é evitada, pois a estrutura está sendo regularmente inspecionada e seus pequenos defeitos corrigidos, impedindo a gênese de uma grave patologia estrutural.
No entanto, é importante ressaltar que a existência de patologias estruturais agudas, as quais demandam manutenção emergencial, não é resultado único da falta de conservação estrutural. Outros fatores, tais como os ambientais, podem originar falhas na estrutura e estas levam à ocorrência de patologias.
Procedimentos de inspeção
A exposição das edificações aos variados mecanismos de deterioração exige que cuidados sejam adotados para preservar a funcionalidade da estrutura e o aumento de sua vida útil. Esses cuidados se refletem na existência de uma proposta de manutenção eficiente, que inclua os procedimentos necessários ao bom estado da construção.
No entanto, em muitos casos, o processo de manutenção é inadequado ou insuficiente para evitar a ocorrência de problemas patológicos nas construções. Uma recuperação emergencial se faz necessária para evitar a inutilização da estrutura.
Nesse contexto, evidencia-se a importância dos procedimentos de inspeção na manutenção do bom estado das edificações. As inspeções constituem parte fundamental de qualquer processo de reforma e manutenção, seja de caráter previsível ou emergencial. O conhecimento das formas, metodologias e técnicas de inspeção é um fator bastante relevante na análise dos problemas de ordem patológica.
De modo geral, as inspeções podem ser classificadas entre os seguintes tipos: cadastral, rotineira, extraordinária, especial e intermediária. No campo da manutenção predial, essas definições assumem uma maior importância, dado que o estado funcional da edificação será um critério para se definir o tipo de inspeção necessário.
A seguir, são listados alguns cuidados para a realização de um bom processo de inspeção periódica em edificações.
Observação do ambiente
O ambiente em torno da estrutura é decisivo na ocorrência de deficiências e problemas patológicos em uma construção. Essas manifestações patológicas - e suas respectivas velocidades de deterioração - são consequentes, em megaescala, da influência do meio na durabilidade dos materiais empregados.
A inserção de uma estrutura em um meio suficientemente agressivo levará à formação de patologias em uma velocidade mais elevada do que em um processo natural de deterioração. Como forma de evitar patologias nesses ambientes, tem-se a diminuição dos intervalos de inspeção e o aumento da perícia e precisão.
As construções brasileiras estão normalmente sujeitas a condições ambientais agressivas, devido às características climáticas verificadas no País. A elevada temperatura média anual e a média amplitude térmica diária, a alta salinidade do litoral, a incidência pluviométrica e a macrodinâmica de ventos são alguns dos fatores que contribuem para a deterioração das edificações no País.
Outro aspecto importante nos processos de deterioração da estrutura é a proximidade dela com o meio urbano ou rural. Essa proximidade afeta algumas condições ambientais, tais como poluição, incidência de radiação e umidade relativa, o que, por sua vez, interfere na velocidade de corrosão da estrutura, tanto em construções metálicas quanto em estruturas de concreto armado.
Todos esses fatores ambientais devem ser considerados durante o processo de inspeção das edificações. O conhecimento do ambiente em torno da construção facilita e otimiza o diagnóstico da estrutura, além de possibilitar a aplicação de técnicas mais precisas em sua recuperação. Deve-se considerar também as características ecológicas do ambiente em que a construção está inserida. Alguns meios, como praias, margens de rios e manguezais, são naturalmente agressivos em função dos mecanismos fisiológicos dos organismos que vivem ali. Por esse motivo, manifestações patológicas tendem a se intensificar nessas regiões, exigindo maior atenção durante a vistoria. Mesmo em procedimentos rotineiros de inspeção, a agressividade ambiental deve ser avaliada e comparada com medições anteriores, observando-se então se houve intensificação ou diminuição da agressividade.
Ausência de registro adequado
Muitos procedimentos de inspeção são realizados sem o devido registro das atividades e ensaios realizados, de modo que não se tem uma análise final conclusiva sobre o estado da edificação. Além disso, para inspeções futuras, não haverá referências e padrões para se inferir a evolução do estado de conservação da estrutura.
Nesse sentido, é de extrema importância que todos os procedimentos sejam devidamente descritos em relatórios, preferencialmente com conteúdo fotográfico e resultados parciais obtidos. Não se deve esquecer que a inspeção é uma coleta de dados que, posteriormente, servirá como base para qualquer medida a ser adotada.
Representatividade das áreas analisadas
Algumas edificações apresentam detalhes estruturais e arquitetônicos complexos, o que pode dificultar a observação dessas áreas. Em outras situações, a área a ser analisada apresenta dimensões bastante grandes, tornando a vistoria um processo oneroso e demorado. Nestes casos, os responsáveis pelo processo de vistoria podem adotar soluções alternativas, como a adoção de áreas de amostragem para detectar os principais problemas generalizados da construção.
Entretanto, deve-se ter bastante cautela ao aplicar essa técnica, considerando-se que uma quantidade significativa de informações relevantes pode ser perdida, caso as áreas amostradas não sejam representativas do total da edificação. Alguns sintomas podem ficar ocultos e revelarem graves patologias no futuro. Portanto, o processo de inspeção realizado terá sido ineficaz perante a estratégia de manutenção predial.
A importância da inspeção visual
A análise visual constitui uma etapa importante do processo global, pois permite a observação da sintomatologia apresentada. A partir dessa análise, pode-se recomendar a realização de testes, ensaios e verificações específicas em partes da estrutura.
A inspeção visual deve incluir o uso de pequenos equipamentos auxiliares da visão ou de localização, como binóculos, lupas e câmeras fotográficas com alta resolução. Esses instrumentos são imprescindíveis para a precisão no resultado final.
CASCUDO (1997) recomenda que a descrição da sintomatologia em estruturas de concreto seja baseada nas seguintes verificações:
Fissuras no concreto paralelas à armadura (Figura 1); Fragmentação e destacamento do concreto de cobrimento; Lascamento do concreto; Exposição de armaduras corroídas (Figura 2); Acúmulo de produtos de corrosão nas armaduras expostas, formando crostas; Visível perda de seção das armaduras; Comprometimento da aderência barra-concreto; Flambagem das armaduras longitudinais de pilares; Manchas de ferrugem na superfície do concreto, denotando a migração dos produtos de corrosão; Deformações estruturais próximas a áreas com manifestações de corrosão.
Além destas, devem ser sugeridas as seguintes verificações para edificações:
Deterioração de elementos de acabamento;
Evidências de infiltrações na alvenaria;
Presença de fungos na alvenaria, com ênfase nas fachadas;
Grau de alteração do padrão arquitetônico da construção.
A descrição desses fatores deve ser feita de maneira detalhada, citando-se todas as características observadas na estrutura e também condições excepcionais encontradas na construção.
Os ensaios e testes são etapas importantes da inspeção de edificações. No entanto, é a análise visual que permite ao avaliador ter uma noção da dimensão superficial das anomalias.
Conclusões
Um bom programa de manutenção predial para edificações deve incluir procedimentos periódicos de inspeção que levem em consideração o ambiente no qual a construção está inserida, as condições prévias da estrutura, a análise criteriosa dos métodos que serão utilizados para se diagnosticar os problemas da edificação e também a importância da análise visual para a identificação da extensão dos danos.
A gestão da manutenção predial é uma forma racional e pouco custosa para a detecção preventiva de patologias e para a correta intervenção em construções que apresentem danos. O estudo de caso corrobora a ideia de que a maior parte das anomalias verificadas nas edificações é o resultado da negligência de seus gestores em adotar programas eficientes de manutenção predial.
Espera-se que os conceitos aqui explicitados sirvam de base para a elaboração de programas mais eficientes de manutenção predial e que estes sejam cada vez mais adotados, de forma a se evitar que edificações sejam inutilizadas ou necessitem de grandes projetos de recuperação, em função da não identificação preventiva dos defeitos da construção.

Líbia da Costa Lourenço, Mestre em Engenharia Civil e Pesquisadora da Universidade Federal Fluminense, Email: libia@vm.uff.br
Luiz Carlos Mendes, Doutor em Engenharia Civil e Professor Associado da Universidade Federal Fluminense, Email: lcarlos@predialnet.com.br

Leia Mais
O controle da corrosão de armaduras em concreto - inspeção e técnicas eletroquímicas. O. Cascudo. Editora UFG, Goiânia, 1997.Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto. V.C.M. Souza; T. Ripper. São Paulo, PINI, 1998.


fonte: revista técnhe edição 167

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